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O Saco de Dormir: um dos equipamentos mais decisivos em uma aventura

  • Foto do escritor: Ethan Santos
    Ethan Santos
  • 10 de set.
  • 3 min de leitura
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Quando pensamos em equipamentos para trekking ou expedições, a atenção normalmente vai para botas, mochila ou barraca. Mas quem já passou uma noite mal dormida no frio sabe: o saco de dormir é um dos itens mais estratégicos para a sua segurança e conforto. Ele não é apenas uma “coberta de camping” — é um equipamento técnico projetado para preservar calor, permitir recuperação física e garantir que você acorde no dia seguinte pronto para seguir a trilha.

A escolha do saco de dormir começa entendendo o ambiente e as temperaturas que você vai enfrentar. Um saco insuficiente para o frio pode transformar uma experiência incrível em um pesadelo; já um modelo superdimensionado para temperaturas muito baixas pode ser pesado e volumoso sem necessidade. É equilíbrio e planejamento.



Saco Trek 900 0 °C Down Forclaz

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Nos últimos anos, venho utilizando o Forclaz Trek 900 0 °C Down, da Decathlon, em diferentes travessias e acampamentos de montanha. Ao longo da minha jornada, já experimentei outros modelos — desde sacos sintéticos mais robustos até opções de pluma de alto desempenho — e uma coisa sempre me chamou atenção: sacos de pluma costumam ser muito caros. O Trek 900 entrou para a minha lista de preferidos justamente por entregar um desempenho real de pluma com preço bem mais acessível. É claro que existem modelos superiores, mas o custo sobe rapidamente, e na faixa de valor dele ainda não encontrei concorrente à altura.



Características do Trek 900


• Temperatura de conforto: 0 °C

• Temperatura limite: –5 °C

• Enchimento: 90% pluma / 10% penas, com poder de enchimento de 800 CUIN

• Peso: cerca de 950 g (tamanho L)

• Volume comprimido: aproximadamente 7,8 L

• Formato: múmia, com capuz anatômico ajustável e zíper de duplo cursor

• Tratamento externo: tecido com repelência à água (não é impermeável)


Ele já me acompanhou na Patagônia e no Peru, inclusive em noites que chegaram a –8 °C e até –10 °C. Importante dizer: essa não é a temperatura indicada pelo fabricante — o conforto dele é para 0 °C, com limite de –5 °C. Mas nessas ocasiões mais frias, eu estava bem preparado: segunda pele térmica, fleece, meias grossas, gorro, luvas e barraca bem isolada. Com esse conjunto, consegui dormir bem mesmo abaixo do limite especificado.


Como escolher o saco de dormir ideal

  • Defina a temperatura de conforto necessária — leve em conta o pior cenário possível no seu destino.

  • Escolha o tipo de enchimento:

Pluma: mais leve e compacto, mas perde eficiência se molhar.

Sintético: mais pesado e volumoso, mas mantém desempenho em ambiente úmido.

  • Considere o formato: modelos “múmia” retêm mais calor; retangulares dão mais espaço, mas isolam menos.

  • Verifique peso e volume: essenciais em travessias longas.

  • Avalie o custo-benefício: nem sempre o mais caro é o mais adequado para o seu tipo de aventura.

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O que mais valorizo no Trek 900 é a combinação de peso, volume e desempenho térmico — menos de 1 kg, formato “múmia” que ajuda a reter calor e compactação que cabe facilmente na mochila. Como todo saco de pluma, exige atenção à umidade, já que o enchimento perde eficiência quando molhado.


No fim das contas, o saco de dormir é mais do que um item de conforto: é uma peça central de segurança na montanha. Vale investir tempo na escolha, alinhar o equipamento com o tipo de aventura que você vai fazer e cuidar bem dele. Porque, no frio da madrugada, uma boa noite de sono pode ser a diferença entre um dia de trilha produtivo e um desafio ainda maior do que o planejado.



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